Thursday, February 11, 2010

Balada do Rio Negro

Hoje é um dia triste
Céu nublado...
Acordei desolada, afobada...
Cansada de te ganhar e perder.
Aqui chove todo dia...
Essa chuva me acalma
Mas enerva meu lado B
Lá fora é só a chuva...
Dentro de mim a tempestade.
Vou até o rio negro
Admirar suas águas escuras da cor do petróleo
Suas águas negras dar cor de minhas lágrimas.
O porto de Manaus,
onde se tem lições de partida...
Distrai-me um pouco.
Meu pensamento mergulha rios adentro e vai até você.
O rio negro é triste...
Eu sei que ele é triste!
Gigante rio melancólico
Triste como eu.
O rio negro mostra-me indignado o seu lixo industrial...
E o que me importa o rio?
Já perdi você, e nada mais tem graça...
Respiro fundo...
respiro o iodo do rio negro
pra acalmar minh alma.
O rio tenta me consolar,
com o seu vento forte secando minhas lágrimas.
Hoje é um dia triste...
Sinto inveja dos vôos dos pássaros
dos botos
são tão livres...
Mais livres que meu pensamento
Que esta preso...
Preso a você.
Fecho os olhos e sinto vontade de sumir
Virar boto...
ou uma elegante arpia,
a voar sem rumo e direção...
Voar por céus distantes.
O rio negro com suas águas profundas
me convida para misteriosas dimensões
convida-me sensual,
a me jogar,
a ser levada para outro mundo...
Mundo desconhecido e misterioso!
O rio tem pena de mim?
Ao menos, admirar suas águas escuras
me acalma um pouco mais.
O movimento do porto...
Navios partindo, chegando...
O rio negro não vai trazer você de volta
Mais fácil seria me deixar levar em sua correnteza
para longe, longe...
Distante de eu mesma...
Mas de que adianta fugir,
se você está dentro de mim?
Você está submerso dentro de mim!
Mergulhado na profundidade desse rio negro
que carrego comigo
Esse rio escuro,
frio,
que deságua no teu mar...
no teu mar
no mar
teu mar...

Manaus 10.11.2007
Gamma

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