Wednesday, November 01, 2006

MAR DO JANGA


A tarde cai no mar
com seu contraste cinza nublado
A tarde parece mergulhar no mar
no mar do Janga
As ondas morrem na areia
e vou andando
deixando para trás minhas pegadas
Quem irá segui-las ?
Alguém triste como eu ?
A praia do Janga a tarde é triste como eu...
com seu céu nublado
e suas pedras pontiagudas
onde o mar arrebenta
quando está revolto
e sinto que arrebenta dentro de mim
Minha saudade transborda o nível do mar
e esborra na areia branca
meu pensamento mergulha oceano a dentro
o seu barulho estéreo em meus ouvidos faz lembrar
que hoje sou muito triste
como o mar do Janga
Me deito...
a areia da praia me acolhe
e choro abafado no peito
meu coração de ferro a maresia engole
devora...
com sua fome feroz
Meu coração já está enferrujado
como um navio de guerra
no fundo do mar
Vejo um casal que passa abraçado
no frescor juvenil do mais puro amor
e sinto o quanto me desperdicei
E as ondas vem...
o mar é lindo
o mar não sofre
porque ele é Deus
E essa tarde é a mais triste do mundo
e o que me importa o mar ?
se já perdi você
E ele também é triste
com suas pedras pontiagudas
e suas ondas eternas...
Precipito-me em suas águas salgadas
e minhas lágrimas o salgam um pouco mais
gaivotas no alto dizem que te perdi de vez !
O mar tenta me consolar
dando banho em minha alma
e vou andando em sua areia branca, macia...
pois é preciso andar, andar...
a brisa tenta secar minhas lágrimas
Hoje descobri que sou triste
Iemanjá é testemunha
Poseidon também
triste como o mar...
o mar do Janga.

1996 Gamma

2 Comments:

Blogger O Profano said...

Porra véi! Poema achado mesmo ??
Du karai!

4:26 PM  
Blogger Unknown said...

amor e lindo esse poema, olha vc devia escrever um livro!
eu serei sua empresaria. kkkkkkkkkkk
bjs te amo.... Jéssica

10:47 AM  

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