Friday, November 04, 2011

Poema Sem título



Agora sim,
podes rir
que levaste
quantidade
absurda
de mim
eras meu batom
meu vestido azul
espelho...
...pode rir...
entro no rio
esse rio escuro
como meu quarto
como meus dias
esse rio gélido...
como meus dias gastos
pela tua ausência
o rio negro
talvez leve
parte dessa tristeza
quase radioativa
essa tristeza negra
cor de café
cor de carvão
cor de petróleo
cor de rio negro
sou um silêncio,
mas um silêncio...
sinistro, longo
daqui pra Netuno
silêncio longe
daqui pra buraco negro qualquer...
a engolir naves.
Minha cidade
que foi povoada de você
agora é fantasma
mais fantasma
que Chernobyl
Sei que amor
é complexo como astrofísica
é ciência oculta
é uma questão do tempo
que é um Deus
Queria ser bicho
bicho não sofre
por amor
Talvez amor
foi feito pra humanos...
Mas
tudo muda
a natureza
o curso das águas
estrelas morrem
e outras ascendem
breve não serei
a mesma mulher
apagada
e como um rio,
vou passar
e vou sorrir
como carrossel acesso
como roda gigante de parque
acesa!
gargalhando...
roda gigante
girando
com casais comendo maçãs do amor...
girando, como o tempo
sorrindo
como o carrossel.

Gamma 2008

Mais poema achado, na bagunça de papeis que não dei fim, escrito
sem título. Mas uma vez invadi a alma da mulher.
Permaneceu sem título mesmo. Não consegui encontrar um título...
Mas a imagem é a cidade fantasma de Prypiat, da ex União Soviética.

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