Monday, February 15, 2010

Espera de mãe


A mãe que espera
o filho chegar
a noite é longa!
Um tio seco de revolver
Acorda de supetão
Calma!
Só foi um pesadelo
Meu filho!?
Ele ainda não chegou
A mãe espera...
E desce pela madrugada, a esperar, esperar...
O filho que não chega!
A TV acesa
Cigarros...
Passos circulares na sala
Outro cigarro...
Cochilos no sofá
Vigília noturna!
Um carro entrando em colisão com um poste!
Calma...
Só mais um pesadelo
O coração bate
Diminui
A madrugada está devorando seu filho
Duas, três, quatro... da manhã!
O relógio tiquetaqueando a noite!
A mãe desaba no sofá
Dorme sentinela noturna!
A luz solar invade a sala sem pedir licença
Sala de espera!
E já são nove da manhã
O filho não chegou
Ah! Deve te saído dos braços da noite
Para estar nos braços de uma mulher!
E que provávelmente não é mãe.
Mas restam
As delegacias
Os hospitais
E depois... O pior...
Os necrotérios!
Calma dama da noite de espera
O relógio irônico badala apenas as seis!
Só foi mais um pesadelo!
Barulho da chave
Rodando na fechadura!
É ele!
O seu príncipe! O mocinho das noitadas insanas!
O capitão da noite!
Entra cambaleando, enfadado de noite
Fedendo a noite
Infestado de noite
Com a cara da noite
Marcada de noite
E com olhar da noite...
Bom dia... mãe!
As mães têm ódio da noite!
A noite quer engolir, devorar seus filhos
A noite, não tem pena das mães.

recife 2001
Gamma

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