Sunday, November 26, 2006

INVASÃO


O que me faz descobrir,
a porta de sua casa
é o que tento abrir
talvez, invadir...
penetrar em sua cidade
com um poderoso exercito
e implantar a felicidade!!

O que me faz pensar
invadir a sua casa
disfarçado de cavalo de tróia
colonizar tua cidade
implantar a minha lei
para quem tem justiça de um rei
e derrubar as muralhas que separam os nossos lábios!
05.07.1994

gamma

Queda de Estrelas


Hoje a noite está tão linda...
Por que será ?
Será que haverá uma queda de estrelas ?
Eu deito no telhado da casa
e como se ganhasse asas
deliro com os meteoritos
que desenham no espaço aberto
e de meu passado incerto
fico lembrando...
Dos amores que não alcancei
tão distantes,
tão distantes,
como as estrelas...
E observo suspenso
a madrugada caindo
sob o céu, exageradamente estrelado
e meu pensamento
se perde nas nebulosas...
Meu olhar segue o rastro de um meteorito
rasgando o espaço com toda velocidade!
Ah! Como queria viajar em sua calda
laça-lo com uma corda
assim como o pequeno príncipe
e viajar, girar, bailar no espaço aberto
e esquecer
dos amores que não alcancei
tão distantes,
tão distantes,
como as estrelas que citei.
03.11.1996

GAMMA

HÁ 40 ANOS ATRÁS


Quando lhe vi
( com meus olhinhos que a terra há de comer! )
Eu...

D

E

S

A

B

E

I

DE PAIXÃO!!!
E cai com o queixo
no CHÃO !
E nesse meu rosto
onde escorre o tempo
quis voltar a 40 anos...
...atrás !

01.09.1997

gamma

Friday, November 03, 2006

Rota do Mar


Eu cantando a Galope ninguém me humilha,
Tudo que existe no mar eu aproveito,
Na ilha, no cabo, península, estreito,
Estreito, península, no cabo, na ilha,
Em navio, em proa, em bússola e milha!
Medindo a distância para viajar,
Não quero, da rota, jamais me afastar,
Porque me afastando o destino saí torto;
Confio em Deus avistar o meu porto,
Cantando Galope na beira do mar


repentista Dimas Batista

Poema de poeta underground que muito admiro.

Thursday, November 02, 2006

CAFEZINHO




Plantado na borda,
O negro do café vela
Mazelas do rótulo.


haikai do poeta Alvaro Rodrigues

poeta amigo do peito, admirador da cultura "beat" pernambucana.

Wednesday, November 01, 2006

MAR DO JANGA


A tarde cai no mar
com seu contraste cinza nublado
A tarde parece mergulhar no mar
no mar do Janga
As ondas morrem na areia
e vou andando
deixando para trás minhas pegadas
Quem irá segui-las ?
Alguém triste como eu ?
A praia do Janga a tarde é triste como eu...
com seu céu nublado
e suas pedras pontiagudas
onde o mar arrebenta
quando está revolto
e sinto que arrebenta dentro de mim
Minha saudade transborda o nível do mar
e esborra na areia branca
meu pensamento mergulha oceano a dentro
o seu barulho estéreo em meus ouvidos faz lembrar
que hoje sou muito triste
como o mar do Janga
Me deito...
a areia da praia me acolhe
e choro abafado no peito
meu coração de ferro a maresia engole
devora...
com sua fome feroz
Meu coração já está enferrujado
como um navio de guerra
no fundo do mar
Vejo um casal que passa abraçado
no frescor juvenil do mais puro amor
e sinto o quanto me desperdicei
E as ondas vem...
o mar é lindo
o mar não sofre
porque ele é Deus
E essa tarde é a mais triste do mundo
e o que me importa o mar ?
se já perdi você
E ele também é triste
com suas pedras pontiagudas
e suas ondas eternas...
Precipito-me em suas águas salgadas
e minhas lágrimas o salgam um pouco mais
gaivotas no alto dizem que te perdi de vez !
O mar tenta me consolar
dando banho em minha alma
e vou andando em sua areia branca, macia...
pois é preciso andar, andar...
a brisa tenta secar minhas lágrimas
Hoje descobri que sou triste
Iemanjá é testemunha
Poseidon também
triste como o mar...
o mar do Janga.

1996 Gamma